Missão de educar as crianças é partilhada por pais e professores
Compartilhe isso com seus contatos:

Família não deve delegar a responsabilidade da formação dos filhos às escolas
A responsabilidade dos pais na educação de seus filhos vai além da obrigação legal de matriculá-los em uma escola e está prevista no artigo 129 do Estatuto da Criança e do Adolescente. O texto trata de acompanhamento pedagógico e da frequência escolar do estudante.
Contudo, alguns pais se eximem de seu papel e delegam à escola a função de educar a criança. Para alguns pais de estudantes da Escola Municipal Carlos Murion, em Pituaçu, foi necessária a apresentação do texto do estatuto. “Eles (os pais) chegam aqui e, muitas vezes, querem se livrar de um papel que lhes pertence. Cabe à escola auxiliá-los na tarefa de saber como lidar com os filhos”, contou a diretora da escola, Teresa Silva.
Atenta aos alunos da escola que dirige, Teresa sabe contar a história de vida de cada uma de suas crianças. “Depois que você se aproxima dos pais e responsáveis desses meninos e meninas, descobre a história de vida de cada um e vê a realidade deles, tudo muda”, avalia.
Mudança - Foi o que aconteceu com o estudante Israel de Carvalho, de 11 anos. Ele chegou à escola aos oito e com um comportamento que dificultava o aprendizado e a ação dos professores. “Eu não obedecia a professora, não fazia o dever de casa, saía da sala de aula toda hora. Mas agora eu mudei”, admite o garoto.
Para a diretora Teresa, a mudança de comportamento deveu-se ao fato de a escola manter uma relação estreita entre os pais e a comunidade. “Fui até a casa de Israel e conversei com a avó, sua responsável, e vi que o pai dele não participa da vida do menino ativamente, e ele sente falta disso”, explica. A avó de Israel, Sônia de Oliveira, 59 anos, acredita que a sua interação com a escola foi essencial para o progresso do neto.
Mesmo em suas ocupações diárias, ela arruma um tempo para ir à escola, vê o boletim de notas e não deixa de lado a educação doméstica. “Falo de respeito e comportamento e fico de olho, senão, ele não estuda, vai brincar”, relata. Palavrões, desobediência ao professor e variadas formas de desrespeito ao outro são alguns dos comportamentos mais recorrentes, relatou Ana Paula Passos, professora do 3º ano. “Eles fazem muito do que veem em casa. Não podemos responsabilizar apenas o aluno. Temos de encontrar um meio de fazê-lo querer aprender”.
Ela acredita que, quando os pais faltam em questões básicas na educação, há maiores dificuldades para conseguir “alcançar o aluno”. “Eu preciso criar estratégias pensando na individualidade dessa criança”, explica a professora, mostrando preocupação com o desenvolvimento educacional dos seus alunos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário